ATA DA VIGÉSIMA SESSÃO SOLENE DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 02-8-2001.

 


Aos dois dias do mês de agosto do ano dois mil e um, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezenove horas e quatorze minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada a homenagear os cento e onze anos do Colégio Anchieta, nos termos do Requerimento nº 143/01 (Processo nº 2243/01), de autoria do Vereador Fernando Záchia. Compuseram a MESA: o Vereador Fernando Záchia, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Padre Egídio Schneider, Diretor do Colégio Anchieta; o Senhor David Schimidt, representante da Prefeitura Municipal de Porto Alegre; o Senhor Mainar Longhi, representante da Reitoria da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUC; o Senhor Pedro Gilberto Gomes, representante da Reitoria da Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS; o Senhor Antônio Pereira Neto, Presidente da Associação de Pais e Mestres do Colégio Anchieta; o Senhor Bruno Ely Oliveira, Vice-Presidente do Grêmio Estudantil do Colégio Anchieta; o Senhor Telmo Kruse, Presidente do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre; o Vereador Ervino Besson, 3º Secretário deste Legislativo. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e solicitou ao Vereador Antonio Hohlfeldt que assumisse a direção dos trabalhos. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Fernando Záchia, em nome das Bancadas do PMDB, PDT, PTB e PL, lembrando sua condição de ex-aluno e filho de professor do Colégio Anchieta, teceu considerações acerca da importância exercida sobre a formação do caráter e personalidade dos alunos que freqüentam essa instituição de ensino e destacou o fato de o Colégio Anchieta ter se adaptado à modernidade ao longo dos tempos. O Vereador Antonio Hohlfeldt, em nome da Bancada do PSDB, dissertou sobre a história do Colégio Anchieta, ressaltando a participação dos professores e alunos nesse contexto e justificando o sucesso do projeto pedagógico dessa instituição ao longo de cento e onze anos, através da relevância dada à área humanística e da administração baseada na Ordem Jesuítica, aliada à coragem e equilíbrio nas ações e emoções. O Vereador João Carlos Nedel, em nome da Bancada do PPB, elogiou a iniciativa do Vereador Fernando Záchia em homenagear os cento e onze anos do Colégio Anchieta, apontando o grande número de instituições religiosas entre aquelas que sobrevivem há mais de um século de existência. Também, atribuiu à educação propiciada pelo Colégio Anchieta a contribuição para a transformação da sociedade e a preparação para um mundo melhor. O Vereador Adeli Sell, em nome da Bancada do PT, citou rápida passagem que teve como professor substituto do Colégio Anchieta, salientando a preocupação dessa entidade em dedicar-se ao ensino integral da criança e do adolescente, através de uma visão moderna, onde se combina a área humanística com a cultura, o esporte e o lazer na preparação dos alunos para colocarem em prática, em prol da sociedade, os ensinamentos adquiridos. O Vereador Luiz Braz, em nome da Bancada do PFL, exaltou a oportunidade de falar na presente Sessão e manifestou seu posicionamento a respeito das questões que afetam a educação no País, especialmente em nosso Estado, chamando a atenção para o alto padrão de ensino proporcionado pelo Colégio Anchieta e enaltecendo as oportunidades oferecidas aos alunos dessa instituição nos diversos campos do conhecimento. O Vereador Raul Carrion, em nome da Bancada do PC do B, enfatizou o caráter multifacetado da formação propiciada pelo Colégio Anchieta e historiou sua passagem como aluno daquele estabelecimento durante a década de sessenta, retratando o início da trajetória política de Sua Excelência e a convivência que teve com pessoas que, posteriormente, se destacaram como lideranças expressivas no cenário social, intelectual e político brasileiro. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença do Padre Guido Kuhn, Provincial dos Jesuítas do Brasil Meridional e, após, concedeu a palavra aos Senhores Egídio Schneider e Bruno Ely Silveira, que agradeceram a homenagem hoje prestada por este Legislativo ao transcurso dos cento e onze anos do Colégio Anchieta. Na ocasião, o Senhor Tercílio Poffo, Maestro do Show Musical Anchieta Canto e Dança, procedeu à entrega do Troféu Perfil do Colégio Anchieta ao Vereador Fernando Záchia e de exemplares do livro "Perfil Colégio Anchieta - 110 Anos" aos Vereadores Adeli Sell, Luiz Braz, Raul Carrion, Ervino Besson, Beto Moesch, Humberto Goulart e Fernando Záchia. Também, o Senhor Egídio Schneider procedeu à entrega de exemplares dessa publicação aos componentes da Mesa. Ainda, o Show Musical Anchieta Canto e Dança realizou apresentação artística. Às vinte horas e quarenta e cinco minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente informou que, após o encerramento da presente solenidade, seria oferecido um coquetel aos presentes, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Fernando Záchia e Antonio Hohlfeldt e secretariados pelo Vereador Ervino Besson. Do que eu, Ervino Besson, 3º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Solene, destinada a Homenagear os 111 anos do Colégio Anchieta. Convidamos para compor a Mesa o Padre Egídio Schneider, Diretor do Colégio Anchieta; Sr. David Schimidt, representante da Prefeitura Municipal de Porto Alegre; Sr. Mainar Longhi, representando a Reitoria da PUC; Dr. Pedro Gilberto Gomes, Vice-Reitor e representando a Reitoria da UNISINOS, Sr. Antônio Pereira Neto, Presidente da Associação de Pais e Mestres do Colégio Anchieta; Sr. Bruno Ely Oliveira, Vice-Presidente do Grêmio Estudantil do Colégio Anchieta; Dr. Telmo Kruse, Presidente do Conselho de Cidadãos Eméritos de Porto Alegre.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(Executa-se o Hino Nacional.)

 

O SR. PRESIDENTE (Antonio Hohlfeldt): O Ver. Fernando Záchia está com a palavra e falará em nome do Partido do PMDB, do PDT, do PTB, do PSB e do PL.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da mesa e demais presentes.) Para mim há importância muito grande nesta homenagem, ao registrar a relação do Colégio Anchieta que, agora, em janeiro, comemorou 111 anos de existência com a sociedade porto-alegrense, com a sociedade gaúcha.

Primeiro justificaria que o Anchieta poucas vezes foi homenageado por esta Casa em comemorações específicas e especiais, como talvez o seu centenário, porque a coincidência do aniversário ser no mês de janeiro, quando esta Casa tem o seu mês de recesso. Então nós, para que pudéssemos reparar essa injustiça, passamos a homenagem para agosto, estabelecendo uma relação ao seu aniversário, que foi em janeiro, porque é inadmissível que uma escola com a história do Colégio Anchieta, com a representatividade que tem o Anchieta na sociedade gaúcha e na sociedade porto-alegrense, não fosse homenageada por esta Casa.

Eu particularmente, filho de um professor do Colégio Anchieta por 25 anos, fui aluno durante 12 anos do Colégio Anchieta, sou pai de dois filhos, um já se formou, estudou do início ao final no Colégio Anchieta, e outro que ainda estuda. Tenho sempre dito que sinto muito orgulho de ter sido aluno do Colégio Anchieta. O Anchieta tem essa característica que me parece incomum em relação, talvez, a outras escolas, ele faz com que os seus alunos e ex-alunos mantenham permanentemente uma relação, não somente com a história do Colégio, mas também com o próprio Colégio, mesmo, às vezes, estando distantes dele.

Hoje eu vejo com alegria o Prof. Osvaldo Leite, Prof. Janoti, Prof. Tercílio, professores que foram meus. Se o Ver. Luiz Fernando Záchia está aqui, certamente parcela dos senhores fizeram com que o Ver. Fernando Záchia chegasse aqui. Trago, Ver. Nedel, do Colégio Anchieta esse carinho, além da característica na formação do caráter e da minha personalidade. Essa é a marca incomum do Colégio Anchieta. O Colégio Anchieta tem a capacidade – e eu tenho na minha casa esse exemplo muito visível, através de minha filha, que se formou, agora, no Colégio Anchieta, e passou no vestibular da UFRGS. Ela encontrou no Colégio Anchieta todas as condições de poder ser uma grande aluna. Com alegria, eu, o seu pai, digo isto: "é uma grande aluna"! O Anchieta deu-lhe as condições, ela encontrou e se identificou nessa característica do Anchieta e foi uma grande aluna. Tenho um outro menino que puxou o pai: não é um grande aluno, mas gosta dos esportes, e o Anchieta proporciona isso. O Anchieta dá todas as condições e as características conforme o aluno. Ele não é direcionado só para uma determinada área. Ele é um colégio aberto, ele proporciona a que o aluno se identifique naquele foco que ele se direciona.

Então, as características, se pensarmos, se olharmos o Anchieta velho, lá da Duque, que eu não estudei, sei que o Antônio, que é o Presidente APM, estudou. Mas as características, mesmo naquela época, sendo um colégio só para homens, mantém-se até hoje atualizado, adaptado às suas modernidades.

Esse é um fator do Colégio Anchieta: mantém-se a sua história, a sua tradição, a sua característica, o seu perfil de geração após geração.

Eu lembro com saudades da Semana Anchietana, Ver. Raul Carrion, V. Ex.ª que também é um anchietano, nós vivenciávamos a expectativa daquela Semana Anchietana, aqueles que gostavam dos esportes. Era uma semana voltada para a prática do esporte. Estava ali, Dr. Telmo, formando a personalidade das pessoas. O Anchieta não era somente estudo, era também esporte.

Professor Tercílio, confesso que a primeira reprovação que tive na vida, tive algumas outras e terei outras ainda na frente, foi quando para justificar uma ausência na aula fiz um teste no Coral. Lembro-me de que V. Ex.ª pedia para que cantasse Festa do Bolinha, eu rodei. V. Ex.ª estava absolutamente correto, porque tinha a visão de que o aluno Záchia talvez bom aluno em outras coisas, mas não na área musical. O Colégio Anchieta tem essa característica de incentivar permanentemente a desenvoltura na área musical, artística e cultural. Os alunos que se identificavam com essas áreas certamente encontraram apoio no Colégio Anchieta.

O Colégio Anchieta proporcionou a relação e a amizade permanente entre os seus alunos. Por exemplo, o meu chefe de gabinete é um ex-anchietano e o meu assessor direto, amigo particular, também é do Colégio Anchieta, ele foi colega no ginásio, no científico. Então, permanentemente mantém-se uma relação com a turma. Depois, eu me formei na PUC. A relação com os colegas na faculdade não foi a mesma que eu tive no Colégio Anchieta a qual foi mais solidificada, permanente, tinha algo em comum em relação a todos nós. Isso é o Colégio Anchieta, nós fizemos homenagens a alguns professores. Lembro-me do Prof. Augustinho, da dona Irene, que era funcionária, o quanto aprendemos com ela, lembro-me do Padre Paulo, diretor, o Padre Paulão e de tantos outros que já se foram. Todos deixaram em nós, alunos, algumas marcas específicas de suas características pessoais, assim foram formando a nossa personalidade, da geração dos alunos anchietanos. Nós nos orgulhamos muito disso, quando nos encontramos dizemos: “Nós somos anchietanos, nós temos uma relação com esse Colégio que tem uma história ímpar e exemplar, que comemora 111 anos”. A Câmara Municipal de Porto Alegre, seu Poder Parlamentar, faz esse registro, faz com justiça essa homenagem para que todos nós que queremos justiça social, que queremos equilíbrio na sociedade porto-alegrense e na sociedade gaúcha possamos dizer: se estamos perto, se estamos a caminho dessa justiça social, desse equilíbrio, certamente devemos muito à formação que o Colégio Anchieta nos deu. À nós, ex-alunos, e à sociedade porto-alegrense.

Como filho de ex-professor do Anchieta, pai de aluno do Anchieta, ex-anchietano, quero cumprimentar a todos que fazem a história desse colégio, na pessoa do Padre Egídio. Estamos comemorando os 111 anos do Anchieta, que terá, sem dúvida alguma, mais não-sei-quantos anos ajudando a consolidar uma sociedade gaúcha, uma sociedade porto-alegrense mais justa. Parabéns a todos os anchietanos! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra e falará em nome do PSDB.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Ao contrário do Ver. Fernando Záchia, eu passei no coral e nem chegava perto do futebol, por motivo óbvio. Mas, fiquei pensando, hoje à tarde, quando comuniquei que participaria da Sessão em nome do meu Partido, PSDB, em nome do Ver. Paulo Brum que compõe a nossa Bancada, o que poderia ser dito para tentar entender o processo de uma escola que atravessa um século. Fiquei me lembrando da minha experiência de primário e ginásio com os lassalistas, a experiência que hoje eu vivo com os irmãos maristas na Pontifícia Universidade Católica, como professor e a experiência que eu tive, por uma década ou um pouco mais do que isso, com os próprios jesuítas, como professor da UNISINOS. Fiquei me lembrando, Professor Leite, de algumas lições que todos nós tivemos na nossa área humanística. E recordei-me da história que aprendemos, que é a história da religião, mas é também a história da cultura ocidental, da importância daquele exército de homens formados por Inácio de Loyola. A idéia do combate que significava coragem de um lado e a disponibilidade para uma tarefa. Lembrei-me, então, que certamente a Ordem Jesuítica, que responde pelo Anchieta, tinha essa primeira tradição e essa era uma explicação do sucesso do seu projeto pedagógico ao qual se referia aqui o Ver. Fernando Záchia.

Lembrei-me, depois, também, Ver. José Fortunati, que os gregos – e isso foi, sobretudo, estudado e ressaltado por um grande estudioso da cultura grega que é Werner Jaeger – pensaram a sua civilização, aquela que é a maior de todas, que é o nosso berço e que é tão importante, que prevalece ainda hoje, em todos os seus valores básicos. Podemos brincar dizendo: “não há coisa que não inventemos que os gregos já não tenham pensado em algum momento”. Os gregos tinham outro valor fundamental que expressavam por meio da palavra “paidéia”, que nós traduzimos genericamente como educação. Quando nós olhamos essa sociedade grega nós entendemos que o valor, a aspiração maior da sociedade por meio da educação a ser atingida, e a referência obviamente é Platão, era sobretudo o equilíbrio, o equilíbrio de emoções e de ações.

Eu conjuguei essa lembrança com o segundo motivo do sucesso do Anchieta: de um lado a coragem e a disponibilidade, de outro lado o equilíbrio das ações e das emoções. Isso nos leva, para não fugirmos dos gregos, àquilo que eles chamariam de um “ethos”, de um clima, de uma idéia matriz, de uma força moral que faz com que se tenha uma inspiração e, a partir dessa inspiração, se tenha uma ação.

Eu tento explicar e entender assim a história do Colégio Anchieta. E é por isso que essa história do Colégio Anchieta não é só a história do prédio, que por si só já seria interessante, porque ele é parte também da nossa Cidade, do nosso Estado, mas é a história dos professores que passaram pelo colégio e a história, sobretudo, porque eles continuam nesse colégio a história dos seus alunos. Muitos de nós aqui, se não tivemos um contato direto com o colégio, como é o meu caso, tivemos, no entanto, indiretamente, porque hoje também somos professores, eventualmente na universidade, de ex-alunos do Colégio Anchieta. E há, sim, Padre Schneider, uma diferença. Uma diferença que eu digo que é sobretudo isso, disponibilidade para a ação e, ao mesmo tempo, equilíbrio emocional que permite exatamente ter as decisões corretas nos momentos corretos, nas medidas e nas dimensões corretas.

Portanto, não é surpresa que o Colégio Anchieta aí esteja e não é surpresa que ofereça essa diversificação tão grande, porque ela é, fundamentalmente, a definição daquilo que deve ser o processo de educação. E dito de outro modo, acho que o Ver. Fernando Záchia tocou nessa questão fundamental. De um modo geral, nós, professores, sabemos que não somos nós quem ensinamos, são os nossos alunos que aprendem. Essa disponibilidade, enfim, talvez, apesar de tudo, é a coisa maior que uma escola pode realizar. E o Anchieta tem feito isso com absoluta admiração de todos nós. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra pela Bancada do PPB.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) No Brasil de quinhentos anos, poucas, muito poucas mesmo, são as instituições nacionais que ultrapassam a casa dos 100 anos de existência. E um olhar a essas instituições, ainda que desatento, permitirá perceber que integram, quase todas, as áreas de educação ou da saúde, e têm pelo menos uma característica em comum: pertencem a ordens religiosas cristãs, em sua maioria de orientação católica.

Aqui nesta Casa já tivemos oportunidade de realizar eventos comemorativos a importantes acontecimentos relativos a algumas delas, tais como da Santa Casa de Misericórdia, da Congregação das Irmãs de São José, a Irmandade do Arcanjo São Miguel e Almas e a Congregação dos Irmãos Lassalistas, entre tantos outros que o limite de tempo não permite citar.

Insisto em repetir, desta tribuna, que o Brasil não teria alcançado os níveis de educação e de saúde de que hoje desfruta, ainda que distante dos desejáveis para serem considerados satisfatórios, se não fosse a existência das instituições católicas, desde os primeiros dias nacionais, a dar cobertura nos campos da saúde e da educação, que os sucessivos governos, desde o reino de Portugal até os dias de hoje, se mostram sem condições de atender plenamente.

Voltamos, hoje, por uma bela e feliz iniciativa do Ver. Fernando Záchia, a homenagear uma dessas venerandas instituições, de forte imagem na comunidade porto-alegrense, de respeito, de apreço e de admiração, fruto do esforço e do trabalho de várias gerações de sacerdotes jesuítas, que souberam construir, expandir e fortalecer uma instituição modelar de ensino, que é o Colégio Anchieta.

O êxito obtido pelo Colégio Anchieta tem sua razão de ser, pois seu projeto educativo tem inspiração inaciana que, tendo como mestre Jesus Cristo, objetiva formar líderes no serviço e na imitação de Jesus Cristo, homens e mulheres competentes, conscientes e comprometidos com a compaixão.

Com essa origem e esse objetivo, o Colégio Anchieta, ao longo dos seus 111 anos, tem acolhido em suas classes milhares de jovens, que, ao de lá saírem, têm dado à sociedade porto-alegrense e gaúcha um testemunho de sólida formação pessoal haurida nos bancos escolares do velho Anchieta.

Preparando o caráter dos jovens, dando-lhes instrução adequada para o enfrentamento do mundo em que vivem, orientando-os à observância de uma severa e bem postada escala de valores e integrando-os ao espírito de fraternidade entre os homens, o Colégio Anchieta, com certeza, prepara melhores cidadãos para o nosso País.

E é, então, através da participação de seus ex-alunos, como é o caso do nosso ilustre Presidente Ver. Fernando Záchia, que o Colégio Anchieta dá uma expressiva e inestimável contribuição para a transformação da sociedade e a preparação de um mundo melhor.

Em nome do Partido Progressista Brasileiro, cuja bancada nesta Casa tenho a satisfação de integrar, juntamente com os ilustres Vereadores João Antonio Dib, Pedro Américo Leal e Beto Moesch, aqui presentes, incorporo-me à homenagem que hoje esta Casa faz ao Colégio Anchieta e apresento aos seus dirigentes, ao seu corpo docente e discente, bem como a sua valorosa equipe de colaboradores, meus cumprimentos por mais este ano de esforço no sentido da construção de um novo mundo, em que o amor e a justiça sejam prevalentes e em que a felicidade seja um ideal alcançável.

Deus abençoe e ilumine sempre os responsáveis pelo Colégio Anchieta. Parabéns. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Adeli Sell está com a palavra e falará em nome do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É com muito prazer que falo em nome da minha Bancada, do Ver. José Fortunati, aqui presente e do meu Líder Ver. Estilac Xavier. Vou citar, aqui, para falar dessa gloriosa instituição, o provérbio bíblico, capítulo XXII, versículo 6; “Ensina a criança no caminho em que deve andar e ainda quando for velho não se desviará dele.” Parece-me que o Colégio Anchieta, mais do que nunca, seguiu exatamente esse provérbio, essa trilha, ou seja, dedicar-se ao ensino, cuidar da criança, do adolescente para, depois de anos e anos de vida, de convivência na sociedade, colocando em prática os ensinamentos, e, mesmo quando ancião, não se desviará daquele caminho que lhe foi traçado, que lhe foi orientado no Colégio Anchieta. Sem dúvida nenhuma o papel fundamental nesse processo tem a sua direção, o seu corpo docente e toda a comunidade que colabora, porque é um coletivo.

Meu caro Professor Marcus Fhur, Professor do Anchieta, eu também tive uma passagem meteórica pelo Anchieta, cheguei a dar algumas aulas de recuperação, portanto, fui um professor-substituto, claro que eu não ensinei com o brilho que aprendi com o Professor Mainar Longhi, mas eu creio que, numa rápida passagem, dei a minha pequena contribuição, eu tenho a certeza que muitos como nós contribuíram e ainda contribuirão com esse espírito, principalmente com essa visão aberta, moderna que tem o Colégio Anchieta que se preocupa, sim, em abrir esse vasto caminho para os cidadãos do futuro, o caminho em que o ensino das humanidades se combina com o lazer, com o esporte, com a cultura, enfim, onde não há uma separação entre o espírito e o corpo, onde não há uma separação entre a mente e o esforço físico.

Tenho o prazer de deixar aqui o meu abraço, a minha saudação ao Colégio Anchieta, tenho a certeza de que essa instituição, por muitos e muitos anos, comemorará com graça, com orgulho os seus aniversários, porque é uma instituição que faz parte da história de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Concedemos a palavra ao Ver. Luiz Braz, que falará pela Bancada do PFL.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O Partido da Frente Liberal não poderia, de forma alguma, estar ausente neste dia em que o Anchieta está recebendo esta homenagem pelos 111 anos de existência. O Ver. Reginaldo Pujol fez questão de me escalar para vir aqui fazer esta saudação ao Anchieta.

Este momento é importante, porque, como nós estamos homenageando uma instituição que representa um expoente nesta área da educação, nós não podemos deixar de, nesta hora, fazer uma reflexão sobre o que se passa na educação em todo o território brasileiro, aqui no nosso Estado do Rio Grande do Sul e na nossa Cidade, em Porto Alegre, porque senão nós deixaríamos escapar uma excelente ocasião para todos nós pensarmos sobre a educação em nosso território.

Acredito eu, senhores Vereadores, senhoras, senhores, que nós passamos um dos piores momentos na educação em todo o Rio Grande do Sul e em todo o Brasil. Nem sempre foi assim. As escolas públicas, hoje, aqui no Rio Grande do Sul, muitas vezes estão mais preocupadas em ensinar ideologias do que com o futuro da criança, e isso realmente é muito perigoso. Eu hoje conversava com o meu amigo Beto Moesch, e ele me dizia o seguinte: “Olha, você não pode deixar de falar uma frase, hoje na homenagem ao Anchieta, que é dizer que o Anchieta representa uma grife da educação”. Beto, você tem absoluta razão: o Anchieta, hoje, é uma grife da educação. Só que eu gostaria que essa grife pudesse, hoje, estar sendo seguida por todas as escolas públicas. Que, hoje, os professores estivessem também tão preocupados com a criança, com o futuro do nosso País, como estão preocupados os professores e a direção do Anchieta.

Eu li, hoje, tudo aquilo que me enviaram a respeito do Anchieta, para conhecer um pouco mais da sua história. E eu vi a preocupação dos seus dirigentes, dos seus diretores, de todas as pessoas responsáveis pelo Anchieta com o progresso daquela instituição, com os investimentos que tinham de ser feitos em todos os campos, para que ela pudesse se tornar cada vez maior e pudesse ser importante para as crianças, para todos os seus alunos. Eu li que aquela instituição estava e está preocupada em colocar todas as crianças cientes de que eles têm de competir em todos os campos; então, está lá a criança no campo da música. Eu vi hoje que até o Presidente desta Casa quase foi um grande sucesso musical cantando a música do Bolinha. Mas não foi só isso: vi essas crianças do Anchieta dançando e cantando de forma magnífica, mostrando a exuberância da educação que é ministrada naquele estabelecimento. Como eu gostaria, Ver. Beto Moesch que no nosso Rio Grande do Sul e no nosso País tivéssemos a mesma preocupação dos professores, dos nossos dirigentes com o futuro das crianças: essa grife da educação que V. Ex.ª tão bem citou hoje. Que bom que essa grife pudesse ter segmento no campo educacional das nossas escolas estaduais, municipais e federais! Que bom que isso pudesse acontecer! Quem sabe um dia essa grife possa ser copiada, mas, enquanto isso, só posso dizer: parabéns por tudo aquilo que os senhores e senhoras fazem pela educação dentro do Anchieta. Parabéns! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Registramos as presenças dos Vereadores Ervino Besson, José Fortunati, Beto Moesch e Humberto Goulart.

O Ver. Raul Carrion está com a palavra pela Bancada do PC do B.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Para mim, ex-anchietano, tendo o meu pai Francisco Machado Carrion como aluno do Colégio Anchieta e, depois, professor do Colégio Anchieta; tendo meus dois irmãos, Francisco Carrion Júnior, recentemente falecido, e Eduardo Carrion também ex-anchietanos; com a convicção de que as minhas duas irmãs, a Otília Beatriz e a Vera Maria só não foram alunas do Anchieta porque, naquela época, era um colégio unicamente masculino. Para mim é uma alegria, uma satisfação, uma rememoração estar aqui no dia em que - por uma feliz iniciativa do Ver. Fernando Záchia - estamos homenageando, nessa Sessão Solene, os 111 anos do Colégio Anchieta, que já em 1890, no século passado, iniciava as suas atividades.

Tive a oportunidade de estudar ali, na Duque de Caxias (talvez os últimos anos do seu funcionamento), porque conclui o curso científico em 1963. Ali iniciei, também, a minha trajetória política. Sessenta e três, um ano de grandes comoções políticas e sociais no Brasil, de luta pelas “Reformas de Base”. Foi nos bancos do Anchieta que me aproximei e me integrei à antiga “Ação Popular” - organização progressista, cristã, onde militavam o Padre Vaz, em Minas Gerais, Betinho e tantas outras lideranças - naquele momento de tentativa de avanço social, bloqueado, infelizmente, pelo golpe militar de 64 -, quando aquela juventude se mobilizava buscando um Brasil diferente, um Brasil progressista, democrático e soberano. Ali convivi com inúmeras lideranças como o economista, hoje no Rio de Janeiro, Luiz Fiori; como o atual Ministro da Educação Paulo Renato de Souza, com quem convivíamos nos bancos escolares; lideranças sociais, políticas, intelectuais das mais variadas visões ideológicas, mas que conviveram e compartiram os ensinamentos do Colégio Anchieta.

São muitas as recordações que carrego daquela época, mesmo passados quarenta anos. A principal, eu diria, o caráter multifacetado da formação propiciada pelo Colégio Anchieta. Uma formação científica de excelência e, aí, recordo o Professor “Schimitão”, conhecido como “ralador”, como “durão”, professor de Química; talvez, por esse professor, eu, em 1964, fiz o vestibular e ingressei no curso de Engenharia Química da UFRGS. Às vezes, pode-se pensar que um professor “durão”, enérgico seja algo que espanta; não! Talvez por isso mesmo, eu me inclinei para o curso de Química. Lembro-me como o Professor “Schimitão” nos ensinava os últimos avanços da Química. Quando entrei para a Engenharia Química, até me frustei, porque uma série de questões que havia aprendido no 2º Grau do Anchieta, professores universitários na UFRGS - também um curso que seria de excelência - desconheciam ainda; como, por exemplo, me recordo, algo que nos abismou, o padrão de peso atômico do carbono doze.

Formação humanística de alto nível; recordo-me do Professor José Záchia, progenitor do nosso Presidente, Professor de História; talvez tenha algo a ver com o fato de eu ter me formado no curso de História, na UFRGS, há poucos anos. São influências que às vezes só nos damos conta mais adiante.

Uma formação social profunda, recordo o Padre Maroco - não o vejo aqui, talvez até esteja -; era uma pessoa que nos influenciou nessa preocupação com a questão social. Recordo-me do primeiro trabalho que fiz de filosofia - a partir de suas aulas - acerca de Hegel e da dialética; talvez isso tenha a ver com a trajetória política, social progressista que marcou a minha caminhada.

Uma formação do caráter, preparando homens de convicções, com coragem cívica, espírito de luta, dispostos a enfrentar as maiores dificuldades em defesa de suas idéias - isso, penso que seja uma coisa que nos marcou do Anchieta -; capazes de indignar-se com as injustiças; isso nós aprendemos no Anchieta, certamente!

Uma formação física dentro da filosofia da mens sana in corpore sano, como já referiu aqui o nosso Presidente Fernando Záchia.

Falar da nossa passagem pelo Anchieta é falar do Morro do Sabiá; é falar das férias na Vila Oliva, em Caxias; dos acampamentos. Recordo-me quando saíamos na madrugada pelos campos para aqueles acampamentos, onde depois tínhamos que defender a bandeira; e os que ficavam na Vila Oliva tinham de ir atrás, nos buscar nos capões e assaltar os acampamentos que fazíamos. Tudo isso pode parecer um mero jogo, mas é um jogo que formava pessoas para a luta que a vida nos faz encarar; mas, também, a convivência com a natureza, o espírito frugal, as atividades esportivas.

Concluo, chamando também a atenção para que o Anchieta nos ensinava a aceitação da divergência, a pluralidade, o respeito ao outro e o respeito às diferenças. Dali nós vimos saírem homens e mulheres de diversas visões ideológicas, diversas visões políticas - algo oposto ao atual pensamento único, neoliberal, individualista, egoísta, que conduz a humanidade para a barbárie.

Também hoje o Anchieta caracteriza-se por ser um colégio com uma marca progressista. Vemos isso em diversas manifestações da sua juventude, daqueles que lá estudam e ensinam; apesar de ser um colégio que muitos consideram de elite, é um colégio progressista nas suas posições e nas suas visões.

Longa vida para o Anchieta e que ele continue formando homens e mulheres para as transformações sociais de que o nosso País tanto necessita. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Padre Egídio Schneider, Diretor-Geral do Colégio Anchieta, está com a palavra.

 

O SR. EGÍDIO SCHNEIDER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Com muita hora, como Diretor, em meu nome e de toda a comunidade anchietana, agradeço a homenagem que presta a Câmara de Vereadores do Município de Porto Alegre, por iniciativa do Sr. Presidente, Ver. Fernando Záchia. A acolhida de uma instituição de ensino para ser homenageada nesta Casa, sem dúvida, é muito significativa e revela sensibilidade para com um dos grandes temas da atualidade: a educação da juventude. O Colégio Anchieta iniciou esta tarefa em 1980 com quarenta meninos com a denominação de Colégio dos Padres. Em breve tempo, passou a ser Ginásio Anchieta; mais tarde, em 1926, denominou-se Ginásio Municipal de Porto Alegre. Dois anos depois, em 1928, foi equiparado ao Colégio D. Pedro II do Rio Janeiro. Em 1943, enquadrado na reforma Capanema, foi autorizado como Colégio Anchieta.. Em 1963, os alunos deixaram o casarão da Duque de Caxias e passaram a ocupar a nova construção junto à Av. Nilo Peçanha. Em 1965, todos se transferiram para o novo endereço. Atualmente, os dois mil e seiscentos alunos são distribuídos em Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Os padres jesuítas, vindos da Europa, trouxeram a metodologia de ensino praticada desde o início da Ordem, há 460 anos que evoluiu para uma metodologia denominada Ratio Audiorum. Embora buscasse certa uniformidade, cedo demonstrou-se a necessidade de levar em conta três fatores: as pessoas, os lugares e os tempos. Essa norma favoreceu o desenvolvimento e a atualização dos colégios na busca da excelência acadêmica e humana. Mais recentemente, na visão do Padre Pedro Arrupe, Superior-Geral dos anos 60 a 70, essa excelência em termos atuais se traduz em formar homens e mulheres para os outros, que sejam competentes, conscientes e comprometidos com os desequilíbrios sociais do nosso tempo.

Hans Peter Kolvenbach, atual Superior-Geral da Companhia de Jesus, insiste na formação integral da pessoa humana: cabeça, coração e mãos.

Com essas características, através dos 111 anos, o Colégio Anchieta contou com grandes educadores e excelentes professores. Eu não poderia deixar de mencionar a figura do Padre Werner Von und Zu Muhlen, que conduziu uma plêiade de intelectuais e juristas, como Dr. Armando Câmara, Dr. Rui Cirne Lima,. Dr. Brito Velho, Dr. Adroaldo Mesquita da Costa e outros de semelhante envergadura intelectual. Outra figura respeitada e querida, o Padre Jorge Sedelmayer, que ainda está presente, não só na memória, mas nos corações. O Padre Balduíno Rambo, cientista que lecionou no Anchieta e na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é autor da obra Fisionomia do Rio grande do Sul, reeditada em 1994, e sem similar até hoje. O Padre Pio Buck que criou o museu Anchieta, em 1908, que é o nosso orgulho. O educador de visão, Padre Henrique Pauquet, que em 1944 fundou o grupo de escoteiros Manoel da Nóbrega; em 1945, iniciou as obras de Vila Oliva; e em 1950, abria o Morro Sabiá, locais de lazer e formação de personalidade solidária, local dos encontros de pais e alunos, professores e funcionários.

Além de professores jesuítas, desde o início o Anchieta contou com a colaboração de professores leigos eminentes, como o Professor José Alexandre Záchia, pai do Presidente desta Casa; Agostinho Thiesen, Francisco Hofmeister, Carrion e muitos outros de igual conhecimento e dedicação. Atualmente, nos colégios da Companhia de Jesus, os jesuítas são apenas 5% dos professores do Colégio Anchieta. São os professores leigos colaboradores do mesmo ideal da educação de juventude, dentro dos princípios da educação inaciana. E a alta aprovação dos alunos no vestibular indica a qualidade dos professores atuais e a sua dedicação. Sairemos desta Câmara para o dia a dia, ao espaço escolar, “lugar em que os sujeitos podem dialogar, duvidar, discutir, questionar e compartilhar saberes”, como reza o Regimento Escolar. ”Deve ser o espaço para transformações, solidariedade, diferenças, erros, acertos, contradição, colaboração mútua, sensibilidade para a criatividade.” É o caminho do aprender em que o eixo principal é o pensar.

Advertia o Padre Pedro Arrupe: “Evitem formar monstros intelectuais.” Por isso, embora estejamos mergulhados na era digital, o Anchieta não declina das atividades extra-classe, das atividades em Vila Oliva, no Morro do Sabiá, onde, pelo contato com a natureza, o estudante aprende a conhecê-la, amá-la e defendê-la. O esporte, o escotismo, a arte, o show musical, a solidariedade com os excluídos, também fazem parte da educação integral.

Ao encerrar minhas palavras, em nome do Colégio Anchieta, agradeço a presença de todos à solene homenagem de que somos alvo nesta noite. Em particular, agradeço a iniciativa da Câmara de Vereadores e, em especial, ao Presidente da Câmara, Ver. Fernando Záchia, de família anchietana, como ainda agradeço a presença das instituições de ensino aqui representadas e a todos que vieram prestigiar o evento. Em especial, quero agradecer ainda as elogiáveis palavras dos Senhores Vereadores.

Quero registrar a presença do Presidente da Mantenedora do Colégio Anchieta, Padre Guido Kuhn Starlin.

O reconhecimento público de uma instituição educacional vinda da Câmara de Vereadores anima a todos que se dedicam à tarefa árdua da educação, responsabilidade que precisamos dividir entre o colégio, a família, o Poder Público e a sociedade.

Assim, irmanados pela mesma causa, vai preparar-se, o Anchieta, para mais 111 anos, se Deus assim quiser.

Neste momento, quero convidar o Maestro do Show Musical, para que faça a entrega do Troféu Anchieta ao Presidente da Câmara, Ver. Luiz Fernando Záchia, como professor e ex-aluno. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

(Procede-se à entrega do Troféu Perfil do Colégio Anchieta.)

 

O SR. EGÍDIO SCHNEIDER: Neste momento, vamos fazer a entrega do  livro Perfil Colégio Anchieta – 111 Anos  aos Srs. Vereadores presentes.

 

(Procede-se à entrega do Perfil do Colégio Anchieta aos Vereadores Adeli Sell, Luiz Braz, Raul Carrion, Ervino Besson, Beto Moesch, Humberto Goulart e ao Ver. Fernando Záchia, Presidente desta Casa.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Esta Casa cumprimenta o Pe. Guido Kuhn, Provincial dos Jesuítas do Brasil Meridional. Seja bem-vindo a esta Casa.

O aluno Bruno Ely Silveira, Vice-Presidente do Grêmio Estudantil do Colégio Anchieta, está com a palavra.

 

O SR. BRUNO ELY SILVEIRA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É com grande satisfação que gostaria de, em primeiro lugar, parabenizar o Colégio Anchieta por esses 111 anos, nos quais, nos proporcionou um ensino curricular de excelente qualidade, empregando princípios pouco encontrados no nosso cotidiano, como o da excelência humana e da excelência acadêmica.

Aproveito a ocasião para lembrar que tanto alunos, quanto ex-alunos anchietanos, orgulham-se ao afirmar que um dia estudaram nessa entidade educacional, na qual passamos grande parte de nossa vida.

Na escola aprendemos noções de respeito à vida, ao próximo, enfim, a qualquer forma de vida existente. Essas são ressaltadas no Colégio Anchieta em projetos sociais, que ocorrem durante toda a nossa vida escolar. Projetos esses que criam em nós uma visão mais solidária do mundo, vamos olhar, então, para os problemas deste e nos prepararmos para o futuro.

É com grande orgulho que venho aqui, representando o Grêmio Estudantil Anchietano; um Grêmio que desde o ano passado vem recuperando a sua imagem junto à direção e junto aos alunos. É um Grêmio marcado por sua história de lutas, de participação nos movimentos estudantis e de mobilização dos seus alunos diante do quadro político nacional que constantemente se coloca em oposição aos interesses maiores da sociedade, principalmente quando nos referimos à educação. É esse espírito que queremos resgatar; um espírito que não faça do Grêmio Estudantil apenas um realizador de festas e eventos, mas um realizador de cidadania. Um Grêmio que leva o debate para dentro das salas de aula e que possa construir junto à comunidade escolar um ambiente adequado e digno para o nosso aprendizado. Vale ressaltar que, quando falamos de um anchietano, não falamos apenas de uma pessoa que estudou nessa escola, mas sim de um caráter único, desenvolvido em anos de vivência, com princípios que buscam criar um cidadão mais solidário, que abre os olhos para os problemas dos outros e não busque somente seus próprios interesses.

E é com esse espírito que, em nome dos alunos do Colégio Anchieta, reitero os nossos cumprimentos. Esperamos que possamos continuar construindo esse espaço que consideramos nossa segunda casa; esse espaço de encontros, amizades e muita vivência. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE(Fernando Záchia): O Padre Egídio presenteia a todos os componentes da Mesa com o livro do Colégio Anchieta.

Estamos preparando o início do Show Musical Anchieta Canto e Dança, sob a regência do Maestro Prof. Tercílio Poffo.

 

(Procede-se à apresentação do Show Musical Anchieta Canto e Dança.)

 

O Padre Egídio aqui me dizia que o Show Musical Anchieta Canta e Dança esteve do dia 13 a 26 de julho viajando pelo Paraná e Santa Catarina fazendo shows, divulgando essa cultura maravilhosa. Parabéns ao Mestre Tercílio Poffo. Cada vez estou mais convicto de que V. S.ª estava com razão quando reprovava, aquele pretendente a ser cantor.

A Câmara Municipal de Porto Alegre sente-se extremamente agraciada pela presença e participação do Colégio Anchieta nesta homenagem justa e merecida. Cada vez mais temos a convicção que o Colégio Anchieta pela sua história, pela sua tradição tem essa capacidade da consolidação da sociedade porto-alegrense, nessa diversificação cultural e artística que o Anchieta proporciona a todos nós. Esta Casa sente-se gratificada pelo reconhecimento que o Parlamento Municipal faz a esta instituição.

Queremos agradecer a presença de todos, às autoridades, aos professores, aos alunos, ex-professores, ex-alunos, a toda a comunidade anchietana que nos proporcionaram esses momentos para que pudéssemos relembrar os bons tempos, o que significa o Colégio Anchieta, e de uma maneira ou de outra estarmos convictos de que todos nós estamos de parabéns. O Padre Egídio convida a todos para um coquetel. Muito obrigado.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 20h45min.)

 

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